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O Grau de Mestre Secreto (4º Grau) no REAA

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O Grau de Mestre Secreto (4º Grau) no Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA): A Iniciação aos Grandes Mistérios da Maçonaria

No Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA), o grau de Mestre Secreto, também conhecido como grau 4, marca a transição para os graus superiores da ordem, deixando para trás a fase simbólica inicial dos “Pequenos Mistérios” e adentrando um universo mais profundo e esotérico. 
 
O REAA, um dos ritos maçônicos mais praticados, possui 33 graus, divididos em diferentes categorias. Os três primeiros graus (Aprendiz, Companheiro e Mestre) são considerados “graus simbólicos” e são administrados pelas Grandes Lojas ou Grandes Orientes. 
 
Administrado pelo Supremo Conselho o grau de Mestre Secreto, o quarto grau, é o ponto de partida para os “graus filosóficos” ou “graus superiores“. É nesse nível que o maçom começa a explorar o significado mais profundo dos ensinamentos maçônicos, adentrando um universo de conhecimento esotérico e simbólico. O termo “Pequenos Mistérios” refere-se à fase inicial do aprendizado maçônico, enquanto os “graus superiores” são considerados “Grandes Mistérios”. 

Introdução

No seio do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA) , o grau de Mestre Secreto , também conhecido como Grau 4 , marca o início dos graus superiores da Ordem. É nesse nível que o maçom abandona a fase simbólica inicial — os chamados “Pequenos Mistérios ” — para adentrar um universo mais profundo, esotérico e transformador.

Este grau não é apenas uma continuação ritualística dos três primeiros, mas representa um verdadeiro despertar espiritual e intelectual , onde o iniciado começa a desvendar os segredos ocultos da tradição maçônica , por meio de símbolos, mitos e alegorias poderosas.

“Neste grau, o Mestre Maçom, tendo simbolicamente atravessado a primeira câmara, dedicada aos ‘Pequenos Mistérios’, iniciará uma escalada em busca dos verdadeiros conhecimentos esotéricos.”
Fonte: Carlos Torres Pastorino , Maçonaria – Doutrina e Prática .

I. O Simbolismo do Grau de Mestre Secreto

O 4º grau tem como tema central o assassinato de Hiram Abif , mestre construtor do Templo de Salomão, e a subsequente busca pela Verdade perdida . Este drama simbólico reflete o processo interno de morte e renascimento do espírito humano.

Aqui, o iniciado é confrontado com as trevas da ignorância , representadas pelos três companheiros assassinos, e convidado a percorrer um caminho de purificação e reconstrução moral e psicológica.

“O assassinato de Hiram é uma alegoria da queda do homem na ignorância e da luta constante para recuperar o equilíbrio perdido.”
Fonte: Herculano Pires , Introdução ao Estudo da Maçonaria Universal .

Esse processo simboliza:

  • A queda humana de seu estado de pureza original;
  • A luta entre o bem e o mal , o conhecimento e a ignorância;
  • A reconstrução do templo interior , através do autoconhecimento e da virtude.
 

II. O Caminho Iniciático e os “Grandes Mistérios”

Nos antigos mistérios greco-egípcios e nas tradições herméticas, distinguia-se entre os “Pequenos Mistérios” , voltados à purificação e preparação do corpo e da mente, e os “Grandes Mistérios” , relacionados à iniciação espiritual superior.

No REAA, o grau de Mestre Secreto marca exatamente essa transição:

“Ao ingressar nos graus superiores, o iniciado recebe o título de Mestre Secreto, pois é a partir desse degrau da Escada de Jacó que ele começará a desvendar o conteúdo esotérico da Maçonaria.”
Fonte: José Antonio Leme Lopes , História Geral da Maçonaria .

O Mestre Secreto passa a compreender que:

  • A Maçonaria não é apenas uma escola de moralidade, mas também de mistério e transcendência ;
  • O simbolismo do Templo, do assassinato de Hiram e da reconstrução moral é, na verdade, uma metáfora para o caminho do autoconhecimento ;
  • A busca pelo “nome perdido” ou pela “palavra secreta” reflete a busca pelo sentido último da vida e da existência .
 

III. O Funeral de Hiram e o Simbolismo da Morte Iniciática

Um dos momentos centrais do grau é o ritual do funeral de Hiram Abif , figura mítica que personifica a sabedoria, a luz e a verdade .

A morte de Hiram simboliza:

  • O desaparecimento temporário da luz diante da ignorância e do orgulho humano;
  • A necessidade de enfrentar a sombra interna e os vícios que impedem o progresso espiritual;
  • A iniciação como processo de morte e renascimento , tão comum nas tradições antigas.

“O funeral de Hiram não é apenas um rito dramático; é um convite à meditação sobre a própria alma e sua necessidade de ressurreição moral.”
Fonte: Manly P. Hall , Os Mistérios da Livre-Maçonaria .

IV. As Lições do Mestre Secreto

O Mestre Secreto aprende, simbolicamente, a decifrar os segredos do Templo, tornando-se guardião de verdades que exigem discrição, coragem e responsabilidade .

Entre as principais lições estão:

1. A Discrição e o Silêncio Sagrado

O Mestre Secreto deve guardar os segredos da Ordem, não por exclusivismo, mas por respeito à profundidade do ensinamento , que só pode ser compreendido por quem está preparado.

“A discrição não é mistério por mistério, mas proteção do sagrado diante da imaturidade alheia.”
Fonte: Armando Righetto , Maçonaria – Ciência, Filosofia e Arte .

2. A Busca Pela Palavra Perdida

A palavra perdida — símbolo do conhecimento divino e da identidade verdadeira do homem — torna-se um dos grandes objetivos do Mestre Secreto. Sua busca é uma jornada de auto-descoberta , de revelação pessoal .

“A palavra perdida é a chave para o reencontro com nossa essência divina.”
Fonte: Luiz Carlos Lisboa , Maçonaria – História e Fundamentos .

3. A Vontade e o Propósito Divino

Por meio do estudo das lendas e dos símbolos do grau, o Mestre Secreto aprende a alinhar sua vontade com o propósito universal, entendendo que todo trabalho maçônico é uma oferenda à Luz Suprema .

 

V. O Mestre Secreto e a Escada de Jacó

A Escada de Jacó , mencionada nas escrituras hebraicas, torna-se um símbolo fundamental neste grau. Ela representa o caminho ascendente da alma , que vai do mundo material ao espiritual, da ignorância à iluminação.

“A escada simboliza a jornada do Mestre Secreto rumo aos Grandes Mistérios, subindo degrau por degrau até alcançar a sabedoria celestial.”
Fonte: Paulo S. R. Carvalho , O Simbolismo Maçônico .

Cada degrau dessa escada representa uma etapa da evolução moral e espiritual do homem, e o Mestre Secreto é o primeiro a colocar o pé nesse caminho.

 

VI. Conexão com Tradições Esotéricas

O 4º grau do REAA dialoga diretamente com tradições filosóficas e esotéricas mais antigas, especialmente com o hermetismo , a kabbalah e o simbolismo astrológico .

Autores como Arthur Edward Waite e Fabre d’Olivet reconhecem na Maçonaria uma continuidade dos antigos mistérios:

“A Maçonaria é a herdeira dos antigos mistérios; o Mestre Secreto é aquele que começa a ver além do véu.”
Fonte: Arthur Edward Waite , A Chave Oculta da Maçonaria .

Da mesma forma, Manuel Sanches afirma:

“O Mestre Secreto é o guardião do silêncio e da revelação, o primeiro a escutar o sussurro das verdades que dormem sob o véu do tempo.”
Fonte: Manuel Sanches , Maçonaria e Espiritualidade .

VII. Função Ritualística e Moral do Mestre Secreto

Na Loja, o Mestre Secreto desempenha um papel importante:

  • Como guardião do sigilo , ajuda a manter a integridade dos mistérios;
  • Como orientador , auxilia os Aprendizes e Companheiros em suas jornadas;
  • Como intermediário , atua como elo entre os graus inferiores e superiores.

“O Mestre Secreto é o vigia noturno, aquele que guarda a chama da verdade até que outros estejam prontos para recebê-la.”
Fonte: João Bosco Alves , Símbolos e Significados na Maçonaria .

VIII. O Mestre Secreto e a Reconstrução Psíquica

Uma das interpretações mais profundas do grau é a de que ele visa a reconstrução do psiquismo dilacerado do homem moderno , que vive fragmentado entre o desejo e a razão, entre o egoísmo e o dever, entre a sombra e a luz.

“O Mestre Secreto encarna o esforço humano para recompor a unidade perdida e encontrar o caminho de volta à origem.”Fonte: Helena Blavatsky , A Doutrina Secreta .

IX. Conclusão

O grau de Mestre Secreto (4º grau) no Rito Escocês Antigo e Aceito não é apenas uma posição hierárquica ou uma simples elevação ritualística. É o primeiro passo consciente rumo aos Grandes Mistérios , o momento em que o iniciado abandona o limiar e adentra o templo interior da sabedoria.

É aqui que a Maçonaria revela seu caráter iniciático, esotérico e transformador , oferecendo ao Mestre Secreto os primeiros instrumentos para compreender o sentido profundo da vida , da morte e da redenção do espírito.

Como ensina Joseph Fort Newton :

“A Maçonaria não termina com o grau de Mestre; ela começa com o Mestre Secreto.”
Fonte: Joseph Fort Newton , The Builders – A Story and Study of Freemasonry .

Que cada Mestre Secreto possa honrar seu título com dedicação, humildade e coragem , lembrando sempre que, como dizia Herculano Pires :

“O verdadeiro Mestre Secreto é aquele que procura a verdade com o coração puro e a alma desperta.”
Fonte: Herculano Pires , Introdução ao Estudo da Maçonaria Universal .

 

Ivair Ximenes Lopes

X. Referências Bibliográficas e Fontes Consultadas

  1. Pastorino, Carlos Torres. Maçonaria – Doutrina e Prática . GOB, São Paulo, 1976.
  2. Pires, Herculano. Introdução ao Estudo da Maçonaria Universal . IBRASA, São Paulo, 1995.
  3. Hall, Manly P. Os Mistérios da Livre-Maçonaria . Ed. Pensamento, SP, 1990.
  4. Lopes, José Antonio Leme. História Geral da Maçonaria . Editora Pensamento, São Paulo, 2002.
  5. Lisboa, Luiz Carlos. Maçonaria – História e Fundamentos . Editora Madras, São Paulo, 2005.
  6. Newton, Joseph Fort. The Builders – A Story and Study of Freemasonry . Macoy Publishing, Richmond, 1914.
  7. Righetto, Armando. Maçonaria – Ciência, Filosofia e Arte . Madras, São Paulo, 2007.
  8. Carvalho, Paulo S. R. O Simbolismo Maçônico . Editora Pensamento, São Paulo, 2001.
  9. Benimelli, Pe José A.F. Maçonaria – Segredos e História . Editora Madras, 2003.
  10. Blavatsky, Helena. A Doutrina Secreta . Ed. Pensamento.
  11. Waite, Arthur Edward. A Chave Oculta da Maçonaria . Kessinger Publishing.
  12. Sanches, Manuel. Maçonaria e Espiritualidade . Editora Madras, 2008.
  13. Alves, João Bosco. Símbolos e Significados na Maçonaria . Editora Teológica, 2004.
  14. Saint-Ives d’Alveydre, Saint-Yves. Missão dos Brasileiros na Nova Era . Ed. Pensamento.

 

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A Maçonaria Regular é uma fraternidade histórica, fundada entre os séculos XVII e XVIII, baseada em moralidade, filantropia e busca do conhecimento.

 No Brasil, apenas três "potências" são reconhecidas internacionalmente: Grande Oriente do Brasil (GOB), as Grandes Lojas Estaduais (CMSB) e os Grandes Orientes Estaduais (COMAB); todas as demais não têm reconhecimento oficial. O reconhecimento entre potências é um ato diplomático e soberano.

 A Confederação Maçônica Interamericana (CMI), criada em 1947, reúne 94 grandes potências de 26 países.

 Uma Loja regular deve estar vinculada a uma das três potências reconhecidas no Brasil e seguir normas específicas de regularidade.

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