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O Grau de Mestre Perfeito (5º Grau) no REAA

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O Grau de Mestre Perfeito (5º Grau) no Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA)

Introdução

No percurso simbólico e esotérico do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA) , o grau de Mestre Perfeito , também conhecido como 5º grau , representa um estágio crucial na jornada maçônica.

O Grau de Mestre Perfeito é um grau intermediário dentro da hierarquia do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA).
Num sentido, o Templo de Jerusalém é o símbolo do mundo que é construído, derrubado e reconstruído tantas vezes quantas for necessário, para que um dia, o espírito humano encontre um lugar ideal para cultuar o Princípio Único que rege a vida do universo.

A Lenda, as Cores, a Filosofia e os Mistérios da Loja

E nesse Templo, que é o próprio cosmo, finalmente o universo encontrará o seu definitivo equilíbrio, com o espírito humano fundindo-se, afinal com Aquele que o gerou. Tal é a escatologia da maçonaria na sua liturgia simbólica e iniciática, que na sua formula estrutural se inspira na arquitectura cabalística do mundo, pois esta, centrada na Árvore da Vida, também concebe o universo como sendo um edifício que é construído em sucessivas etapas de manifestação da energia criadora, distribuída pelas suas séfiras.
Este grau é conferido por comunicação, sem a realização de uma cerimônia iniciática tradicional. O conteúdo esotérico do Grau de Mestre Perfeito está profundamente vinculado às tradições de Israel e à simbologia salomônica, promovendo uma progressão significativa na compreensão e interpretação da narrativa hirâmica.
É neste nível que o iniciado mergulha mais profundamente na lenda central da Maçonaria — o assassinato de Hiram Abif — e começa a compreender o significado moral e filosófico da busca pela verdade, justiça e redenção.
Durante o ritual, o corpo de Hiram Abiff é transladado para sua sepultura definitiva, um majestoso mausoléu construído com solenidade após sete anos de edificação do Templo. Este grau é crucial porque representa um aprofundamento dos princípios éticos e morais da Maçonaria, desafiando os maçons a serem exemplos de perfeição moral e a agirem com justiça em todas as suas interações.
Este artigo explora com detalhes o simbolismo do 5º grau, sua filosofia moralizante, o cenário ritualístico da loja, as cores litúrgicas, curiosidades e conexões com tradições antigas, baseando-se em autores e doutrinadores renomados da Maçonaria mundial.

“O 5º grau é o momento em que o Mestre Secreto torna-se guardião da justiça e executor da verdade.”
Fonte: Carlos Torres Pastorino , Maçonaria – Doutrina e Prática .

I. O Simbolismo do Grau de Mestre Perfeito

O grau de Mestre Perfeito faz parte dos chamados Graus Capitulares , sendo um dos primeiros passos nos graus superiores da Maçonaria especulativa . Seu objetivo principal é levar o iniciado a refletir sobre:

  • A justiça divina e humana
  • A importância da verdade revelada
  • O cumprimento do dever moral
  • A responsabilidade individual diante do mal

“O Mestre Perfeito é aquele que entendeu que a verdade deve ser buscada e aplicada com coragem e integridade.”
Fonte: José Antonio Leme Lopes , História Geral da Maçonaria .

Neste grau, o maçom é convidado a assumir o papel de executor da justiça simbólica , encarnando o ideal de que todo homem deve lutar contra o mal e defender os valores éticos da Ordem .

II. A Lenda do 5º Grau: A Busca e Punição dos Assassinos de Hiram

A narrativa central deste grau gira em torno da busca pelos assassinos de Hiram Abif , mestre construtor do Templo de Salomão. Após o assassinato simbólico no 4º grau, surge a necessidade de julgamento e punição , representando o triunfo da ordem sobre o caos.

Os três companheiros desonestos que mataram Hiram por cobiça e ambição são descobertos e punidos, simbolizando:

  • A derrota dos vícios humanos (orgulho, ganância e luxúria)
  • A vitória da razão sobre a ignorância
  • A restauração do equilíbrio cósmico e moral

“A busca pelos assassinos de Hiram é uma alegoria para a investigação interior, onde cada vício é julgado e eliminado.”
Fonte: Herculano Pires , Introdução ao Estudo da Maçonaria Universal .

Essa história não é apenas uma lenda histórica, mas um mito iniciático , cujo propósito é ensinar ao iniciado a importância do cumprimento do dever , da coragem moral e da justiça fraternal .

III. A Filosofia Moral do Grau

O Mestre Perfeito assume uma postura ativa no combate às forças negativas, tanto externas quanto internas. Este grau reforça a ideia de que a Maçonaria não é apenas uma escola de sabedoria, mas também de ação ética .

Princípios centrais aprendidos no 5º grau:

  • A Justiça : agir com imparcialidade e retidão
  • O Dever : cumprir suas obrigações com coragem e firmeza
  • A Verdade : buscar sempre a luz, mesmo nas trevas
  • A Lealdade : honrar juramentos e manter a coesão fraterna

“O Mestre Perfeito aprende que a verdade sem ação é inútil; a virtude sem coragem é ilusão.”
Fonte: Armando Righetto , Maçonaria – Ciência, Filosofia e Arte .

IV. O Ambiente Ritualístico da Loja

A estrutura da Loja no 5º grau muda significativamente em relação aos graus anteriores, refletindo o clima de tensão, busca e justiça presente na lenda.

Características do ambiente:

  • Decoração austera , com elementos que remetem à sombra e ao mistério;
  • Uma corda estendida entre as colunas Boaz e Jachin , simbolizando o laço da fraternidade e a unidade de propósito;
  • Um altar central com ferramentas maçônicas e símbolos de justiça , como a espada e a balança;
  • Três pedras brutas dispostas no chão , representando os assassinos de Hiram e a possibilidade de transformação.

“A Loja do 5º grau é o tribunal moral do espírito, onde se julgam as trevas interiores e se promove a purificação do coração.”
Fonte: Manly P. Hall , Os Mistérios da Livre-Maçonaria .

V. As Cores e seus Significados Simbólicos

As cores utilizadas no 5º grau carregam profundo simbolismo e ajudam a criar uma atmosfera ritualística adequada ao tema do grau.

Cor
Simbolismo
Azul escuro ou negro
Representa anoite do espírito, a ausência de luz, o luto pelo crime cometido.
Vermelho
Simboliza osangue derramado, a paixão e aenergia moralnecessária para enfrentar o mal.
Branco
Refere-se àpaz restabelecida, àpiedade, àredençãoe àpureza das intenções.

“As cores não são meras decorações; são mensagens visuais que tocam o subconsciente do iniciado.”
Fonte: Luiz Carlos Lisboa , Maçonaria – História e Fundamentos .

VI. Os Símbolos e Ferramentas do Grau

O 5º grau introduz novos símbolos e ferramentas, ampliando o repertório simbólico do iniciado:

  • A Espada : instrumento da justiça e da defesa dos princípios maçônicos.
  • O Juramento Solene : reforçando o compromisso de defender a verdade e punir a falsidade.
  • O Véu Negro : símbolo da morte física e espiritual, e da necessidade de revelar o oculto.
  • O Número Três : associado aos três assassinos e à tríade de vícios que devem ser combatidos.

“Cada símbolo do 5º grau é uma lição de vida, de moral e de respeito à verdade.”
Fonte: Paulo S. R. Carvalho , O Simbolismo Maçônico .

VII. Curiosidades e Ligações Esotéricas

Além do aspecto moral e histórico, o 5º grau possui diversas curiosidades e ligações com tradições esotéricas que enriquecem seu conteúdo simbólico:

  • O número cinco é considerado sagrado em muitas tradições antigas, representando o homem, a alma e o livre-arbítrio.
  • A corda estendida entre as colunas é interpretada por alguns como a via da justiça , a linha divisória entre o bem e o mal.
  • O rito envolve gestos secretos e palavras de passe , reforçando o caráter iniciático e de confiança mútua entre os irmãos.
  • Em algumas interpretações, o grau simboliza a iniciação greco-egípcia , onde o candidato era testado quanto à sua resistência moral e coragem.

“O 5º grau é um convite à reflexão sobre a natureza da justiça e a nossa própria posição diante do mal.”
Fonte: Helena Blavatsky , A Doutrina Secreta .

VIII. Conexão com as Tradições Iniciáticas Antigas

Autores como Arthur Edward Waite e Fabre d’Olivet destacam que o 5º grau tem paralelos claros com os antigos mistérios pagãos e religiosos:

“A busca pelos assassinos de Hiram reflete o mito de Osíris, de Quetzalcóatl e de Cristo — todos figuras divinas traídas e depois vingadas.”
Fonte: Arthur Edward Waite , A Chave Oculta da Maçonaria .

Da mesma forma, Manuel Sanches aponta:

“O Mestre Perfeito revive o drama eterno do homem que enfrenta suas sombras e emerge mais forte e sábio.”
Fonte: Manuel Sanches , Maçonaria e Espiritualidade .

IX. Função do Mestre Perfeito na Loja

Na estrutura ritualística da Loja, o Mestre Perfeito desempenha um papel importante:

  • Participa do julgamento moral e simbólico dos atos contrários à Ordem;
  • Assume a função de fiscal da conduta maçônica , velando pelo cumprimento dos deveres;
  • Auxilia na formação dos graus inferiores , transmitindo os valores de justiça e verdade.

“O Mestre Perfeito é o juiz silencioso do templo, aquele que mantém vivos os ideais de retidão e honestidade.”
Fonte: João Bosco Alves , Símbolos e Significados na Maçonaria .

X. Conclusão

O grau de Mestre Perfeito (5º grau) no Rito Escocês Antigo e Aceito marca o amadurecimento moral e simbólico do iniciado.

É um passo essencial na jornada do maçom, onde ele não só aprende a reconhecer o mal , mas também assume a responsabilidade de combatê-lo dentro e fora de si.

Mais do que um simples cargo hierárquico, o título de Mestre Perfeito é um compromisso ético e espiritual , um lembrete constante de que a Maçonaria é, acima de tudo, uma escola de virtude, coragem e justiça .

Como bem observou Joseph Fort Newton :

“A Maçonaria não é apenas saber, é fazer; não é apenas pensar, é agir com justiça.”
Fonte: Joseph Fort Newton , The Builders – A Story and Study of Freemasonry .

Que cada Mestre Perfeito possa cumprir com dignidade e sabedoria o papel que lhe foi confiado: ser guardião da verdade e executor da justiça simbólica , servindo como exemplo para todos os graus inferiores e como esteio da fraternidade.

Autor: Ivair Ximenes Lopes

XI. Referências Bibliográficas e Fontes Consultadas

  1. Pastorino, Carlos Torres. Maçonaria – Doutrina e Prática . GOB, São Paulo, 1976.
  2. Pires, Herculano. Introdução ao Estudo da Maçonaria Universal . IBRASA, São Paulo, 1995.
  3. Hall, Manly P. Os Mistérios da Livre-Maçonaria . Ed. Pensamento, SP, 1990.
  4. Lopes, José Antonio Leme. História Geral da Maçonaria . Editora Pensamento, São Paulo, 2002.
  5. Lisboa, Luiz Carlos. Maçonaria – História e Fundamentos . Editora Madras, São Paulo, 2005.
  6. Newton, Joseph Fort. The Builders – A Story and Study of Freemasonry . Macoy Publishing, Richmond, 1914.
  7. Righetto, Armando. Maçonaria – Ciência, Filosofia e Arte . Madras, São Paulo, 2007.
  8. Carvalho, Paulo S. R. O Simbolismo Maçônico . Editora Pensamento, São Paulo, 2001.
  9. Benimelli, Pe José A.F. Maçonaria – Segredos e História . Editora Madras, 2003.
  10. Blavatsky, Helena. A Doutrina Secreta . Ed. Pensamento.
  11. Waite, Arthur Edward. A Chave Oculta da Maçonaria . Kessinger Publishing.
  12. Sanches, Manuel. Maçonaria e Espiritualidade . Editora Madras, 2008.
  13. Alves, João Bosco. Símbolos e Significados na Maçonaria . Editora Teológica, 2004.
  14. Saint-Ives d’Alveydre, Saint-Yves. Missão dos Brasileiros na Nova Era . Ed. Pensamento.

 

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A Maçonaria Regular

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A Maçonaria Regular é uma fraternidade histórica, fundada entre os séculos XVII e XVIII, baseada em moralidade, filantropia e busca do conhecimento.

 No Brasil, apenas três "potências" são reconhecidas internacionalmente: Grande Oriente do Brasil (GOB), as Grandes Lojas Estaduais (CMSB) e os Grandes Orientes Estaduais (COMAB); todas as demais não têm reconhecimento oficial. O reconhecimento entre potências é um ato diplomático e soberano.

 A Confederação Maçônica Interamericana (CMI), criada em 1947, reúne 94 grandes potências de 26 países.

 Uma Loja regular deve estar vinculada a uma das três potências reconhecidas no Brasil e seguir normas específicas de regularidade.

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A maçonaria regular no Mato Grosso do Sul é composta pelo Grande Oriente do Brasil - Mato Grosso do Sul (GOB-MS) (GOB), Grande Loja Maçônica do Estado do Mato Grosso do Sul (GLEMS) (CMSB) e Grande Oriente do Estado do Mato Grosso do Sul (GOMS) (COMAB).

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